Foto: Jean Pimentel (Arquivo Diário)
A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) deu mais um passo para o projeto de lançar o segundo nanossatélite desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), por meio de seu Centro Regional Sul (CRCRS) no campus da universidade, em parceria com a própria Federal. Nesta segunda-feira, o reitor Paulo Burmann assinou, em Brasília, o Termo de Execução Descentralizado para o lançamento do NanoSact BR-2, junto à Agência Espacial Brasileira (AEB).
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Segundo o vice-reitor Luciano Schuch, com isso será possível fazer a licitação internacional para contratar a empresa que fará o lançamento. A previsão é que, no último trimestre deste ano, seja feito o lançamento do nanossatélite, que irá ao espaço levando cinco cargas úteis, como são chamados os chips e equipamentos que terão diferentes finalidades.
A primeira carga será um novo magnetrômetro, que vai medir o campo magnético sobre Santa Maria, a exemplo do que foi feito com o primeiro nanossatélite desenvolvido na UFSM e lançado em 2014 (foto). O novo satélite levará também um bip da associação de radioamadores do Rio Grande Sul, um chip criado pela Santa Maria Design House, para testar sua resistência à ionização espacial e saber se ele tem condições de operar fora da atmosfera terrestre, um chip da UFRGS e um módulo de sistema de controle do satélite desenvolvido pela Universidade Federal do ABC, de São Paulo.
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- Todo o sistema de satélite é feito por nós, menos o sistema de controle e o lançamento. O objetivo é o desenvolvimento de tecnologias nacionais para fortalecer a questão espacial e o futuro desenvolvimento de satélites brasileiros para várias utilidades, como segurança pública, agricultura, previsão de tempo. Esse nanossat não é para isso, mas gera tecnologia. O módulo de modelo de voo é para essa finalidade, para ter um sistema nacional para controlar um futuro satélite brasileiro, para poder mudar de posição, por exemplo - afirmou Schuch.
Apesar das décadas de atraso do Brasil nesta área, aos poucos e apesar ainda da falta de incentivos como deveria, o país tenta recuperar o tempo perdido. Não faz sentido estarmos em pleno século 21 e ainda precisarmos contratar satélites de outros países para questões estratégicas como usos para segurança e até previsão do tempo, em que a pequena quantidade de imagens compradas de satélites estrangeiros dificulta previsões mais precisas.